Hoje estava comentando com o Juan sobre a falta de conhecimento que em verdade paira sobre nós no país continente chamado Brasil. Excetuando uns poucos escolhidos, que por terem batalhado muito conseguiram fazer uma universidade, que pensam sobre a situação social mundial (?) que têm preocupações políticas, que leem, que têm acesso à internet, que têm amigos que discutem temas relevantes, tirando estes grupos, que são poucos realmente (e que não necessariamente possuem todas estas "qualidades”), a grande maioria do povo brasileiro não sabe o que acontece no mundo.
As notícias não chegam ao Brasil. Infelizmente não é exagero. Não sabemos o que ocorre no Oriente Médio (que aqui é Próximo...), não sabemos que a cada dia a história dos navios negreiros se repete uma e outra vez nas costas Canárias. Não sabemos o que é um cayuco, uma patera. Quem são os Latin Kings? Infelizmente não é uma nova banda de salsa. Mas como saber, se também não nos chegam as notícias da imigração massiva de equatorianos rumo às terras peninsulares, se não sabemos que na Colômbia as agências de viagem incluem, falsamente, em suas promoções, uma nova passagem de tentativa se te deportam no aeroporto de Madri/Barajas.
Os cayucos, caros compatriotas, são a versão moderna do que cantou Castro Alves, e dezenas de africanos morrem todos os meses tentando chegar à Europa; os Latin Kings são grupos de jovens latinos que organizam sua delinquência desesperada numa luta identitária violenta, torta e capenga.
Mas se não sabemos (e me incluo, porque apesar de estar aqui e de “saber”, essa condição sempre será efêmera, mas minha brasilidade e o problema de que falo são constantes), é porque não nos dizem, porque nossos telejornais não dedicam nem um terço do seu tempo às questões internacionais, e sequer sabemos o que acontece nos países vizinhos.
Talvez também não saibamos porque não procuremos saber, porque nos acomodamos sendo essa minoria privilegiada e discutindo nossas intelectualidades no bar Amarelinho. Ou porque nos organizamos em partidos políticos utópicos e fazemos uma luta ineficaz, porque nos acostumamos a ver as crianças nas ruas e a saber que elas jamais farão parte desta elite do pensamento. Porque escrevemos nossas teses e depois as colocamos na estante. E me incluo, te incluo. É barra. Não sei qual é o caminho, mas hoje, pensando nisso, muitos dos nossos atos pareceram-me inércia.
As notícias não chegam ao Brasil. Infelizmente não é exagero. Não sabemos o que ocorre no Oriente Médio (que aqui é Próximo...), não sabemos que a cada dia a história dos navios negreiros se repete uma e outra vez nas costas Canárias. Não sabemos o que é um cayuco, uma patera. Quem são os Latin Kings? Infelizmente não é uma nova banda de salsa. Mas como saber, se também não nos chegam as notícias da imigração massiva de equatorianos rumo às terras peninsulares, se não sabemos que na Colômbia as agências de viagem incluem, falsamente, em suas promoções, uma nova passagem de tentativa se te deportam no aeroporto de Madri/Barajas.
Os cayucos, caros compatriotas, são a versão moderna do que cantou Castro Alves, e dezenas de africanos morrem todos os meses tentando chegar à Europa; os Latin Kings são grupos de jovens latinos que organizam sua delinquência desesperada numa luta identitária violenta, torta e capenga.
Mas se não sabemos (e me incluo, porque apesar de estar aqui e de “saber”, essa condição sempre será efêmera, mas minha brasilidade e o problema de que falo são constantes), é porque não nos dizem, porque nossos telejornais não dedicam nem um terço do seu tempo às questões internacionais, e sequer sabemos o que acontece nos países vizinhos.
Talvez também não saibamos porque não procuremos saber, porque nos acomodamos sendo essa minoria privilegiada e discutindo nossas intelectualidades no bar Amarelinho. Ou porque nos organizamos em partidos políticos utópicos e fazemos uma luta ineficaz, porque nos acostumamos a ver as crianças nas ruas e a saber que elas jamais farão parte desta elite do pensamento. Porque escrevemos nossas teses e depois as colocamos na estante. E me incluo, te incluo. É barra. Não sei qual é o caminho, mas hoje, pensando nisso, muitos dos nossos atos pareceram-me inércia.