Noutro dia, dentro do metrô, uma cena contribuiu a fortalecer minha fé nas relações humanas. Principalmente as relações com o ser humano masculino, apesar de tudo.
Dois rapazes adolescentes conversavam. Um de visível fisionomia latino-americana, mas com sotaque totalmente madrilenho. Deve ter nascido aqui ou vindo pequenino. O outro, espanhol de pura cepa.
Falavam sobre uma moça. O primeiro dizia ao segundo "le molas a una chica", e o outro perguntava "¿cuál?". Explicações rápidas. 2:"Ah, sí, sé cuál es. Pues si quiere que hablemos, por mí no hay problema". 1:"Es guapa, ¿verdad?" 2:"Sí, es guapilla de cara. Pero eso no importa. Lo que importa es cómo son las chicas."
A menina não estava ali. Eles podiam falar à vontade, do jeito que quisessem. E nós sabemos como os homens falam das mulheres quando estão entre homens... E sabemos como nós falamos deles :-) É normal. Mas esses meninos estavam sendo sinceros.
Achei uma graça o jeitinho deles.
Ainda há salvação.